Toca o despertador e não há tempo sequer para pensar no pequeno-almoço. Salta-se da cama para o duche, valida-se a roupa escolhida no dia anterior e antes de secar o cabelo, acorda-se a pequena.

A primeira birra da manhã, afinal ainda é cedo e quer dormir mais… 10 beijinhos na bochecha, 10 beijinhos nas costas, umas quantas cócegas e a pequena lá esboça um sorriso e diz bom dia. Agora o meu dia ganhou cor! O sorriso dela enche-me! Rapidamente desço à terra. Vamos, não temos tempo a perder.

Pequeno-almoço, ouvir canção, lavar a cara e os dentes, vestir, pentear, calçar. Tudo é cronometrado ao segundo e, mesmo assim, estamos sempre atrasadas. Parece-me impossível, digo-lhe eu. Perdemo-nos sempre em qualquer coisa. E a lancheira que ainda não está pronta! Tens o casaco? Vamos.

No carro e cansadas. Exaustas porque o nariz entupido não nos deixou dormir, cansadas porque estivemos a correr contra o tempo e sorriso no rosto porque vamos juntas até à escola.

Falamos do dia que vamos ter e dos sítios por onde passamos ou onde vamos. Fazemos planos para o final da tarde e hora de jantar. O carro estacionado em frente ao jardim de infância é alerta que é hora de um abraço, beijoca e de um “até já”.

Agora sozinha na viagem penso que ando sempre a correr e não sei se conseguirei chegar a tempo ao final do dia que me permita parar e brincar. Sim, adoro brincar com a MM e não o fazer diariamente é algo que me deixa triste. À corrida para o trabalho sucedem outras quantas. Reunião, o telefone e o telemóvel a tocar ao mesmo tempo, atrasada para a reunião seguinte, corro até à máquina de café, entretanto, pergunto-me se já comi e paro para o almoço. Volta a tocar o telefone, imprimo um qualquer relatório final, entrego-o e corro para o carro.

Corro, corro mesmo muito para estar com a pequena. Está bem disposta? Que fez durante o dia, que história ouviu ou que experiência realizou? Será que hoje se mostra novamente orgulhosa a dizer que viu lava solidificada? E o meu relógio parou num abraço apertadinho.

Finalmente, a hora no meu relógio marca tempo de brincar. Saltamos as duas abraçadas e escolhemos a brincadeira. Será mais agitada ou mais calma segundo a vontade dela mas o que queremos é brincar.

Mas…Confesso que o meu relógio por vezes não funciona… e na hora de brincar ainda estou a imprimir, ou telefone ou no trânsito. Nesses dias não saltamos tanto, mas brincamos sempre. Brincamos enquanto se toma banho e se veste o pijama e brincamos a caminho da cama, pelo corredor como se fosse o nosso palco.

Para responder à vossa dúvida. E o papá? O papá está sempre lá também. Em todos os momentos de correria e de brincadeira. Não falta nunca <3

E muitas vezes é ele que escolhe a brincadeira ou o brinquedo em função do “tempo que temos” porque, meus caros, o tempo que temos é o que quisermos ter, é o que queremos dar. E lá por casa temos sempre tempo para brincar mesmo quando as horas do meu relógio dizem o contrário.

Agora sim, hora de dormir. Dorme bem e bons sonhos! Amanhã é brinca-feira.

Mara

Tique-taque

Tique, taque,

Que relógio chato,

Tique, taque,

Ainda tenho sono, deixa-me dormir.

Não acredito que está na hora,

Não… não quero já sair!

Sinto o abraço na minha almofada,

Sinto o amor a cada chamada.

Vá mãe, está na hora,

Vá mãe, vamos embora.

Tique, taque,

Sempre a correr,

Tique, taque,

Não há tempo a perder!

Leite, cereais, almoço, lancheira,

Esta na hora,

Não pode haver preguiceira.

Lá vai ela, feliz e contente,

Lá fica ele, a dormir como um presente!

Tique, taque,

Corro tanto e não passa,

Tique, taque,

O dia nunca mais acaba.

Finalmente, hora de sair,

E corro tanto, e ultrapasso,

Tudo que me possa impedir.

Chego a casa,

Retorno o abraço,

Retorno o amor,

Crio mais um laço.

Tique, taque,

Não quero mais ouvir,

Tique, taque,

Ai relógio, que te vou partir.

Para o tempo!!!

Deixa-me aproveitar este segundo,

Para o tempo, no melhor e maior amor do mundo.

CVR, mãe de 2

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