Quadragésimo primeiro aniversário. Sim, por extenso, para se ver a dimensão da palavra. Foi o meu recentemente. Não ligo a aniversários e este não foi excepção, embora tenha notado, por 1 breve segundo, que já impõe um certo respeito, que já não há a jovialidade dos 26 ou a leveza dos 32.

Mas não durou mais de um dia. Passou.

Pai. É muito mais pequeno. Três letras, quase não se dá por elas. E de início não se dá mesmo. Passada aquela surpresa, aquela excitação inicial, aquele arrepio na espinha e se regressa à vida quotidiana e mundana do dia a dia, a palavra quase que desaparece.

Vai surgindo, aqui e ali, devagarinho, e vai crescendo, acompanhada por um conjunto de emoções. A dúvida, a incerteza, a alegria e de novo a dúvida. Rapidamente. E são meses a crescer. Cada vez mais intensamente. O momento aproxima-se. É preciso lidar. Fácil, como um projecto.

Fazer a lista, ver o que comprar, informar pessoas, família e amigos, receber formação, receber conselhos, receber presentes e muitas coisas de outros pais (se tivermos sorte). Temos que escolher pediatra. A data aproxima-se. Fraldas. Está tudo encaminhado. Compra-se biberões, tesouras, berços e outras coisas que estavam na cabeça, mas não na lista. Lençóis, panos, óleos, etc, comprados. Até já sabemos o infantário em que o vamos pôr. Tudo encaminhado. O projecto vai ser de certeza um sucesso. E se precisarmos de alguma coisa mais, arranja-se! Tudo pronto para o dia. Vai ser um sucesso!

Claro que a vida arranja sempre maneira de surpreender. Um detalhe, uma palavra, um pormenor, uma simples menção que surgiu… A palavra foi “a roupa”. E sim, temos imensa roupa, roupa para recém-nascido, roupa para 3 meses, roupa para 6 meses (e julgo que algo até mesmo aos 2 anos).

Mas… e a partir daí? E, nessa altura percebi, percebemos, vamos ter que comprar mais roupa, sempre mais roupa, durante muito tempo! E mesmo quando não precisar de nós para mais roupa ou comida ou outras coisas materiais ele vai, se tudo correr bem, ser alguém que nos vai acompanhar para o resto da nossa vida! Vai precisar do nosso tempo, da nossa presença (ainda que depois nem queira sempre estar connosco :) ).

Qualquer decisão, mas mesmo qualquer decisão a partir daqui, vai ter que ser tomada a contar com ele…

Ainda não nasceu, não sei se vai correr bem, espero que sim. Mas uma coisa agora sei.

Não é um projecto, é um modo de vida.

MB, futuro pai do T.

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