Há dias em que acordamos e não sabemos muito bem que dia é, em que ano estamos ou que mundo é este. Ficamos tão atordoadas com o que não dormimos, com o esforço que foi mais uma noite tão difícil, mas então... Então, ouvimos aquela voz que nos aquece o coração, ouvimos um chamar que é em todas as vezes o melhor que nos podiam chamar e pronto, bateria carregada ou não, estamos prontas para mais um dia no melhor, mais maravilhoso e também mais cruel papel das nossas vidas.
Hoje? Hoje acordei e sou mãe. Para o bem, para o mal, eu escolhi trazer dois seres maravilhosos ao mundo, eles são, não só a minha responsabilidade, mas uma parte, A PARTE mais importante da minha vida. Queria muito ser para eles uma mãe perfeita, queria ser a mãe que precisam, a mãe porreira e descontraída, a mãe que educa como deve ser mas sem castigos ou gritos, queria ser tudo… no fim de contas, visto tudo que queria, sou apenas eu, a mãe deles no melhor que consigo a cada dia. Sou resmungona, irrito-me com facilidade, fecho os olhos a metade das asneiras que estes dois fazem, não levo à letra as minhas próprias regras e adapto-me às circunstâncias e às necessidades, se os vejo correr estou logo a imaginar todos os perigos do caminho e o meu coração acelera em exagero, sou a mãe, que passados estes anos fecha os olhos porque se não vir, eles não se magoam, sou a mãe que deixa comer mais doces do que é suposto e que lhes dá um telemóvel sempre que precisa de trabalhar ou apenas falar com alguém. Não sou uma mãe perfeita, acho que nunca ninguém é e culpo-me todos os dias pelas minhas falhas e todos os dias agradeço pelo papel que agora tenho.
É mesmo uma mistura de sentimentos terrível. Não sei se é com todas as mães mas às vezes, eu, tenho a perfeita noção do exagero das minhas preocupações. Faço dramas de tudo e mais alguma coisa e complico o que eles, de forma tão simples, resolvem sozinhos. Ainda assim, há uma coisa com que nunca deixarei de me preocupar, quero muito que os meus filhos sejam felizes e tudo farei, a cada dia para que isso aconteça! Porquê? Porque hoje sou mãe!
CVR, Mãe de Dois
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